O lugar onde cabem as páginas soltas desta caminhada e todos os passos que esta bailarina vai aprendendo a dar
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2009-10-25

Ao som da cidade



Ainda atordoada pelos barulhos da cidade, tenho tentado integrar-me na vida que aqui deixei. Mas apesar de todo esse estrépito, consigo ouvir-me a pensar e cada vez mais alto. Nessa escuta diária dei conta que reiniciei a caminhada de forma errada. Retomar? Impossível. O verão de 2005 foi fantástico e culminou já em Setembro, com a minha saída. A minha verdadeira entrada na vida adulta.

Só assim consegui apanhar algumas coisas que me fugiam por entre os dedos como areia fina. Aprender a escutar o que nos vai na alma e não deixar que fiquemos por baixo, só porque nos pisaram.

Aprendi realmente muitas coisas… não me caíram no regaço, mas foram merecidas com suor e algumas lágrimas. Mas não foram apenas tristeza, bem pelo contrário, sorri muito, vivi coisas únicas e fantásticas. Conto agora com mais Verões que me ficaram no coração. Contudo, ainda estes não tinham terminado e já o meu caminho era outro.

Agora no que diz respeito ao retomar, tal como disse é impossível. Cada coisa tem o se momento para acontecer e apesar de conseguirmos recuperar amigos, bens, nunca recuperamos o passado. Para isso teria que apagar quatro anos da minha vida, quatro anos de experiências que não pretendo perder.

Aquilo que vou tentar agora. Certo ou errado é a opção que tomei, vou estabilizar a minha vida. Profissionalmente está óptima, mas tenho de ter aquele espaço que todos nós procuramos. Que tenha o meu cheiro, as minhas futilidades, os meus silêncios.

Preciso da minha concha para onde voltar todos as noites para descansar. À minha estabilidade vou chamar de casa, preciso da minha casa.

Agora boa noite, vou dormir!