O lugar onde cabem as páginas soltas desta caminhada e todos os passos que esta bailarina vai aprendendo a dar
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2014-03-30

Tudo tem uma explicação...


Ando de à uns meses para ccá a ponderar o que fazer. Estabeleci um plano com alguns caminhos, mas onde todos tinham algo em comum: no final de Março tinha de dar o passo final!

Sim tudo tem uma explicação! A minha ansiedade, as noites em branco, a necessidade daquele abraço.

O não partilhar com ninguém tornou algo complicado de gerir, no entanto, necessário de acontecer. Sou eu que tenho de decidir o que acontece com a minha vida, as grandes alterações, as mudanças radicais que farão recomeçar mais uma vez. Recomeços não me assustam assim tanto, mas recomeçar sozinha, sem apoio é sempre complicado. Como digo sempre, sou feita de gente!

No início do mês, um evento que fez-me abanar. O simulacro de um Sismo em Setúbal, onde durante dois dias, a Delegação Local de Setúbal da Cruz Vermelha Portuguesa, Bombeiros Sapadores, Bombeiros Voluntários, PSP, Câmara Municipal de Setúbal, Ação Social, Escuteiros, Cáritas e algumas pessoas da população Sadina que se inscreveu para funcionarem como desalojados e realizarem atividades, de forma a testarem o SetLog 2014, trabalharam em conjunto.Neste simulacro estivemos juntos... desde de 16 de Novembro que não te via! Nessa noite dormi na unidade e... devo ter descansado umas 2h, tal era a ansiedade por te ver. E mal o sol nasceu, antes do pequeno almoço... um cigarro, para acalmar!

Estava na camarata quando chegaste e demorei a sair... que taquicardia, devo dizer! Mas uma necessidade de fumar e o tem que ser, ultrapassou-me. Aquele cumprimento foi o melhor que consegui, não te mexeste, tive que dar um passo à frente. Confesso, a velocidade, a frieza, o não olhar-te na cara, foram uma mistura entre a vontade era fugir para respirar, a incerteza que me assombra ainda, os ciúmes dos desconhecido, a vontade do teu abraço...

Enfim... soube-me bem ver-te, ouvir-te, reconhecer o teu estado sonolento e de quem não gosta nada de falar... que vontade de dar mimos para acordar. Encheu-me, sai vitalizada e mais uma vez, fui embora sem despedir, sem olhar ara trás. Mas não vim aqui para falar de ti!

Entretanto o meu caminho foi escolhido, e depois de tudo estar certo o primeiro a saber foste tu e sinceramente nem sei bem por quê... pelo menos a resposta que obtive fez-me ver que eu para ti bem posso morrer que é igual. Seguiu-se o mano, pai, mãe, tia e avó! Sinceramente, acho que estou por minha conta, nada de novo para mim! Mas pelo menos sei o que posso esperar de mim mesma e sou dura, gosto de mim, adoro a farda que visto e que agora se tornará apartir de dia 01 de Abril a minha farda de trabalho!

Foi difícil a decisão de deixar a profissão de professora, adorei dar aulas e sinto-me concretizada, preenchida e eternamente agradecida por tudo o que fiz e aprendi, pelas pessoas que conheci, os locas que conheci e as as aprendizagens que tive, mas a vida não pára e sou alguém forte, sei disso! Um novo projeto começa e a base dele tem para mim algo fundamental, a paixão que nutro pelo espírito da Cruz Vermelha. É tudo aquilo que sou por dentro, é-me difícil explicar, mas aqui encontrei um sentido para tanta coisa que fiz na vida e sempre fui criticada por isso.

Portanto, a honra de pertencer à CVP, é também um privilégio. Tudo farei para cumprir as minhas funções, continuando a fazer voluntariado, porque foi por isso que lutei toda a recruta e o pré- hospitalar faz-me sentir aconchegada. Até posso não sair durante um piquete, o que significa que pelo menos naquele momento as coisas estiveram calmas e poucas pessoas recorreram ao pedido de ajuda de doentes urgentes, num contexto extra-hospitalar. Posso até fazer apenas um transporte, seja intra-hospitalar ou transporte para a residência. Em qualquer contexto, saber que pude dar um pedaçinho de mim, a ajuda técnica necessária de tripulante de âmbulância, de um sorriso, um carinho, um olhar, um adeus com conforto de melhoras... dá-me toda a força que preciso para aguentar os encontrões, as caras feias, o virar de costas, o silêncio e tornar o meu sorriso diário e constante, o olhar atento para as coisas belas e pequenas que existem no meu dia!



Vermelho - Uso desde 16/Outubro/2013, quando faço voluntariado;
Azul -  Começo a usar apartir de 01 de Abril, quando iniciar funções de assalariada.