O lugar onde cabem as páginas soltas desta caminhada e todos os passos que esta bailarina vai aprendendo a dar
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2013-11-27

Voa...

O coração acalmou.... nada que não estivesse à espera! A dor, aquela dor insuportável teve que parar por momentos... se não endoidecia.

Não gostei do primeiro piquete como pronto, sou sincera. Precisava de fazer perguntas e não tenho a quem... terei que guardar para mim!

O jantar de boas vindas, onde não apareceste e apesar dos sorrisos e saber que tenho ali tantos abraços bons, a tua ausência faz um buraco enorme... causa-me mesmo mossa. Fazes parte daquilo e ponto final! Não imagino aquele lugar sem ti...

Andei a sair da minha zona de conforto... hehehe... sou boa nisso, certo?! Tu, compromisso, exame de professores, o que vou fazer no futuro, o meu coração, o Coordenador mandou vir comigo e com razão, cabeça para comprar as prendas de Natal para a famelga trocar entre si, tratar do assunto carro, encontrar alguma ponderação e estabilidade para conseguir encontrar os caminhos. E como sempre funcionei melhor à noite, os sonos ficaram estão trocados! Tenho que colocar tudo o resto em ordem, a minha vida ao máximo! O sono é importante...

Tomei algumas decisões e mais uma vez, o falar contigo, a troca de ideias ser-me-ia importante, não conheço ninguém que me conheça tão bem, que me entenda como tu... quer dizer, eu acredito nisso! Não consigo deixar de acreditar. Mas vá, sei que consigo fazer tudo sozinha! Sempre consegui!

Apesar de mais calma, de querer e precisar de ti... deixo-te ir! Por mais que me custe... e custa tanto porra, deixo ir o homem que me fez feliz.... e como fui a mulher mais feliz do mundo, como me fizeste sonhar e acreditar que era e seria amada para todo o sempre. Deixo ir o homem que faz as minhas pernas tremerem; apenas com a sua voz me acalma, me incentiva, me faz o coração acelerar o seu ritmo. O homem que tem um olhar, que entra por mim dentro e me conhece como ninguém. O homem que o meu peito e os meus braços reconhecem e me faziam parar no tempo e no espaço... o seu abraço... o nosso abraço... Sim, porque era o nosso abraço... que pureza de carinho... Aquele homem que me aquecia, fazia suar, dar gargalhadas ou me deixava dormir no seu peito, enrolada, aninhada, abraçada. O homem a quem me aconchegava todas as noites, mimava e fazíamos festinhas ate adormecermos. O homem que tem um sorriso que adoro, aberto, lindo, sincero e me deixa no céu. O homem que tem uns lábios que adoro olhar, tocar e brincar. Umas mãos lindas, mas lindas mesmo. E eu adoro uma mãos bonitas de homem, portanto não é discutível!

Deixo então ir um homem lindo, inteligente, que dá de si, com um coração maior que o mundo. O homem que amo, que ........... bem.......... voa meu doce amor, meu bem maior, voa!

Voa para onde o vento do coração te quer levar!
Só quero que sejas feliz com todas as tuas decisões!

2013-11-22

16 de Novembro de 2013

Será sempre lembrado como um sábado solarengo, onde o frio correu na cidade Sadina desde manhã. Onde a ansiedade se apoderou de mim, pela responsabilidade que iria tomar. Onde me saberia sozinha, apesar de, esperava eu, contar com o meu padrinho, contigo, com o amor da minha vida, para me empurrar pela última vez.

Estava um sol agradável, sim! O coração tentava ficar calmo porque depois de alguma luta, consegui que aceitassem que o meu padrinho fosse quem eu queria. Mas a sensação de estar sozinha, sem família, num dia que para mim era tão importante, deitava-me por terra. Balançava-me. Deixou-me sensível.

Não desisti! Tentei esquecer todos os que faltavam e segui o dia como se fosse tudo normal. Pequeno almoço sozinha, arranjar o cabelo sozinha - tirei fotos para ver como estava, comprar uma graxa brilhante para que as botas ficassem a brilhar e almoço sozinha. Tanto silêncio e a vontade de falar, de partilhar, de mudar de assunto. Aquele silêncio tão ensurdecedor... até ouvia o bater do coração, o ritmo acelerado da frequência cardíaca e respiratória, os suspiros que dava e que me demonstravam ansiedade.

Chegada à EOE, disse-lhe: olha consegui, vais colocar-me a boina. Uma expressão algo fria, muito inesperada, deixou-me à alerta... mas não o suficiente. Devia ter perguntado algo ali. Não queres? Queres colocar ao B.? Por mim... O dia não devia ter sido pior.

Chegada à Praça e começa a luta... entre a grande emoção da cerimónia, que é Linda, a confusão de não ver ninguém meu, o ver pessoas contigo... que me levavam a querer fugir... as promessas não cumpridas e de repente o ter-te à frente, o olhar nos olhos e saber que nunca mais seria assim ... aiiiiiiiiiiiiii.... as pernas tremeram, tremeram tanto! Que deixei de saber o que tinha de fazer. Boina? Boné? Insígnias? Pedi tanto à minha avó para me vir abraçar... mas ela está tão longe... mais que qualquer uma das pessoas que supostamente me ama. Mais à frente numa outra fase da cerimónia, deste-me um abraço... para quê? Tens muito orgulho em ter-me colocado a boina, sussurraste... dasse. Estás a gozar com a minha cara?!

Ora muito bem... p'ra merda mais a idiota que acreditou e que acredita na bondade do mundo. Como posso, depois de tudo nesta vida, acreditar e confiar em algum homem? Em alguém? Juro que não sei! Não me acho boazinha, uma querida, mas uma perfeita idiota que não aprendeu com os erros! O ser humano é das coisas mais falsas que existe. Utiliza os outros para seu benefício e quando não pode tirar mais nada dele ou quando surge algo melhor, muda de poiso. O bicho Homem é assim! Os homens, mulheres... esses interesseiros, que se acham tantas vezes perfeitos, santos, lutadores, subjugados,.... julgam que podem magoar outras pessoas, porque serão perdoados, porque não podem magoar uma terceira pessoa. É nestes momentos que entendo porque adoro os animais... eles são capazes de amar de forma incondicional, desinteressada. Amam e pronto! E não amam hoje e amam já não! Não substituem! Depois somos nós os racionais, aqueles que supostamente são os pensantes... eles apenas agem com o instinto, dizem. O amor é instinto? E o magoar alguém já não?

Não me acho perfeita, longe disso! Até porque não sei lidar com a derrota, o abandono ou a incerteza. Não sei lidar com gente que não tem coragem de se assumir. Seja qual for! Assumir para mim, que luto pela minha independência, é um ato do ser adulto. Assumir que se partiu um prato, que se dormiu com alguém, que se ama alguém, que não se ama, que se mudou de opinião, que se é fraco, que se quer mudar, que não se é capaz, que se precisa de ajuda, que não se é feliz! Assumir, é o primeiro passo para qualquer coisa! Eu assumo que quando estou mal, que me fecho em copas... e acumulo mágoas até rebentar! Depois de explodir, dizendo coisas que não quero, passa-me... acalmo!

Nessa tarde depois de todo o Compromisso de Honra, de ter corrido um mar de lágrimas pela minha cara abaixo, a pessoa que foi o meu pilar, a minha ajuda, a minha força, a razão da minha vida, o meu padrinho... esteve no mesmo espaço físico que eu e simplesmente me ignorou. Não fui embora porque não podia, porque não sou assim, mas a vontade foi tão grande! Antes tratavas-me como uma igual e de um momento para o outro nem me diriges a palavra... Hoje digo: mereço! Mereço pois! Não me respeitei, como posso exigir que o faças.

Nesse noite, não quis sair sem descer ainda mais baixo, mas precisava de rebentar. Tive que pedir satisfações. Merecia eu o que fizeste?! Levar para ali outra pessoa? Dizes que não, mas estavam ali mulheres. Sempre te dei tudo e o teu umbigo superou-se ao meu? Aquele momento não era meu tammbém? Estava sozinha e tu? Como mãe, que tenho a mania que sou, dei-te conselhos que sei que não tomarás, mas a minha consciência assim o ditou. Digamos que o meu coração dizia, que se falhasses naquilo que dizes ter como cruz, que fosse comigo essa falha... mas isso era o que eu desejava... quando se ama alguém nesta vida, na próxima e em todas as outras que virão, será assim ou não?! Mas quem sempre fez isso, sempre o fará! Por mais que eu acreditasse em ti, não posso negar as evidências. Daqui a algum tempo estarás enamorado novamente e como todas as mensagens escondidas que tinhas no blog, mas dizias apagadas, eu serei mais uma na tua história. Uma coisa é certa, esta pessoa foi bastante produtiva para vós em termos monetários. Acredito que todos os homens gostassem de encontrar alguém como eu... Nunca te gastei um tostão! Não é isso que te desejo, mas cuidado que a vida é madrasta e podes vir a encontrar alguém que te vai depenar todo. Que serás tu a pagar tudo, que vai querer lembranças, grandes jantares, que vai tirar cursos e cursinhos e tu é que tens de pagar tudo! Trabalha Mouro... Eu só te queria ver, sentir feliz, sabes?! Calmo, descansado, sem stresses de maior...

O meu Compromisso de Honra, ficou marcado por uma operação de peito aberto, com o objetivo de me deixaram em sangria, depois de a sangue frio serem feitos vários e profundos golpes. Enquanto isso, dou a mim mesma constantes transfusões de sangue, para me manter viva.

Só não sei como irei conseguir arrancar-te do meu peito, nem sei se estou preparada para isso, tal é a forma como me sinto sozinha e ainda ter o desplante de te dizer cara a cara, que te amo!

Não tenho juízo nenhum... Preciso urgentemente de alguém que me dê um par de estalos, mas com muito jeitinho... existe o perigo, se a coisa for forte, de reagir de uma de duas formas: ou abro a torneira e causo uma inundação, ou parto para agressão física com necessidade de recorrerem aos meios de socorro.

Vá estou magoada... e incapaz de reagir seja como for sem ser com lágrimas, digo já!


 

Compromisso de Honra para Membro Associados Ativos
da CVP - DS

2013-11-13

Como eu queria dizer-te...

Este domingo passamos os dois junto à minha antiga casa... Será sempre a minha a minha casa, onde fui tão feliz, onde tenho memórias guardadas e que para sempre ficarão ali. Tenho-as de cor, guardadas para sempre no meu coração, na minha memória, na minha alma!

É difícil imaginar que só existe passado, presente e futuro não há nada... não existirá... foi pura imaginação... ou ilusão... ou nada. Na minha cabeça isto nunca foi ponderado, estava a preparar-me para viver assim, a fazer como dizia, das tripas coração.

Embora tudo aquilo que me dá vontade seja o oposto, aguento-me calada, e apenas por respeito. Existiu um ponto final, terei que respeitar... digo eu a mim mesma, tanta vez! O meu coração diz para lutar... a minha cabeça diz, pára!

O medo também existe, claro... Quem não teria?! Mas não vejo do outro lado, alguém com algum interesse, vontade, que sente a minha falta. Aquele telemóvel sempre a funcionar, faz-me recordar muitas situações, em que era eu que estava do outro lado das mensagens. Será o 6º sentido a funcionar ou apenas ciúme? Não sei... também pouco interessa, certo?!

Esta música, recorda-me aquele 5ºandar e a vontade que tenho de dizer-te que apesar da dor que sinto, a porcaria do meu coração faz o pequeno grande favor de não te esquecer. Esteja a mil à hora nos eventos ou no sossego em casa. Ficaste-me no sangue e o medo que seja mesmo nesta vida, na próxima e todas as outras, assusta-me profundamente. Porque ficarei sozinha com essas memórias, porque cada vez mais elas ficarão frias e o mais provável é eu ficar também! Se era para me poupares... existiu um desfalque por completo! Não mandamos em quem ama-mos, muito menos em quem os outros amam!


aí como eu queria dizer-te tudo isto e tanto mais!
como eu queria abraçar-te... aquele abraço... e dizer-te o quanto te amo!

2013-11-09

Falta uma semana

No próximo sábado, depois de muito luta, alguns altos e baixos, vou concretizar um sonho novo, mas um sonho vivido a 200%. No próximo sábado será o Compromisso de Honra da 11ª Escola de Membro Associado Activo da Cruz Vermelha Portuguesa, Delegação de Setúbal. Sou recruta, passarei a pronto!

falta uma semana para me colocares a boina... uma semana... obrigada por tudo!



2013-11-03

Como é que se Esquece Alguém que se Ama?


Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar. 

Miguel Esteves Cardoso, in Último Volume

  se conseguires....