Eu vou!

Eu se que sou corajosa, determinada, até um pouco obstinada. No meio disso tudo consigo ponderar, analisar, tomar decisões, mudar de opinião e até pedir conselhos para ouvir outras opiniões.

Sei o que já trilhei sozinha, tenho plena consciência do que já lutei e até contra os que supostamente estariam ao meu lado, já mudei de rumo algumas vezes e já tive que engolir o orgulho algumas vezes. Também já me apoiei em algumas pessoas, apesar de preferir não o fazer, sou sincera. Desde pequena conto comigo, guardo para mim, rasgo-me por dentro e consigo encobrir a hemorragia interna. Assim não fico mal habituada e vou-me aguentando.

Só quebrei uma vez! E apesar do receio que vai sempre acompanhar-me até ao último dos meus dias, porque não quero que volte a acontecer, aprendi que eu sou mais importante e esse receio acaba por deixar-me alerta nas alturas menos boas!

Agora vivo uma mistura de sentimentos. Apesar de ter andando a maturar este passo faz tempo, agora ele vai iniciar. Representar a Cruz Vermelha é mais que uma honra, esta farda passará a ser a minha segunda pele! O meu segundo amor, não só como voluntária que serei sempre, mas agora como assalariada.

Isto implica que a realidade que tenho vindo a interiorizar, vai acontecer. Vou adiar ou até mesmo colocar de lado a minha vida como professora! É estranho, um pouco doloroso até, mas necessário. Não foi feito de forma leviana, mas repito é necessário! Tantas pessoas que pensam que agi apenas com o coração ou até forma impulsiva. Eu sou muito coração sim e quantas vezes tenho de reagir no impulso... aqui não foi o caso.

Por isso aguento-me, sei que vou aguentar, tem que ser! Sinto-me sozinha, estou a km do emprego, à procura de casa por lá e sem carro que me permite ir ver apartamentos e não depender de comboios, metros ou taxis quando os meus turnos de 12h começarem. Nestes três primeiros dias, sei que vou dormir no máximo umas 5h por noite. Ai tanto café que vou tomar...

Por outro lado tenho de confessar, entre aquela dorzinha de barriga, tenho algum receio típico em mim, que funciona como sentido de responsabilidade, deixando-me alerta.

Pensando bem não estou sozinha, tenho a pessoa mais importante ao meu lado e que me dá uma força incrível: EU!

Mesmo com medo, eu vou... e eu vou ser Feliz!