O lugar onde cabem as páginas soltas desta caminhada e todos os passos que esta bailarina vai aprendendo a dar
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2013-10-06

Ando a colocar o meu mundo todo em causa

Isto anda bem complicado. Ando a colocar o meu mundo todo em causa. Certas coisas que tinha como certas, estão a mostrar-se o posto de tudo o que acredito. Eu sou aquele tipo de pessoa que se apaixona, que vive as coisas com uma intensidade que não precisa de comer, dormir se as coisas que faço me preenchem, se acredito no que faço, se acredito nos princípios que estão incluídos.

Como podem os interesses financeiros sobrepor-se aos valores definidos? Que são a base de tudo?! E as pessoas defendem esses interesses porque sem eles não se pode alcançar um fim?! Esperem lá... mas assim está tudo mal, todo o sacrifício de um homem foi em vão!

O meu mundo anda a desmoronar-se. Merda para esta sociedade capitalista, para esta gente que pensa com  o estômago e de coração tenha apenas a bomba que constitui a pequena e a grande circulação.

Para sempre irei venerar e seguir o exemplo de mais um homem que deu de si, que se deu pelo bem dos outros, que acabou na miséria. Mas estou desiludida e estou a ponderar abandonar algo que adoro porque sei que não sou assim, não faço escolhas baseadas em  benefícios. Se assim fosse...

Uma das pessoas que se juntou ao conjunto de pessoas que defendeu esta atitude, utilizando esta infeliz justificação contra um grupo está no seu direito de defender as suas convições, foi aquela pessoa que considerava o meu tudo... não sei o que é agora... mas tinha-a ali, num topo do mundo. Nunca me criticou por tudo o que acreditava e defendia, bem pelo contrário, dizia que tinha um coração enorme. Hoje vejo que muito provavelmente no seu íntimo, me criticava, gozava, não me conhecia de todo!

Que raio, estou capaz de largar tudo, de fugir... tanto sacrifício foi em vão?! Sinto-me enganada, utilizada!

Tal como disse à uns meses numa serra, num momento de lucidez que pareceu ser de cansaço, eu não faço parte disto... acredito em tudo o que está definido, mas não sou interesseira.

Bem sei que não vão entender o contexto deste desabafo, mas existem "nomes" que não posso utilizar, porque os respeito demais.

6 comentários:

Algures disse...

Mais do que os nomes e do que pensares no que os outros pensam, tens de pensar em ti e no que defendes. Essa lucidez irá guiar-te.
Contudo, nunca te esqueças de que, há alturas da nossa vida em que, tomamos as nossas decisões baseados em algo e que esse algo não é estanque. Às vezes temos de parar, repensar e só então, seguir de novo em frente, ainda que isso signifique dar um passo atrás. Um passo atrás agora, pode significar dois em frente amanhã...

Um grande beijinho e um sorriso...

bailarina disse...

já tinha escrito um testamento e apaguei...

Apenas te digo uma coisa, os Homens cada vez mais me desiludem. Alguns apregoam aos 7 ventos que defendem os vulneráveis, mas de humanidade tem pouco! Quando alguém se rege por interesses financeiros para concretizar algo, quando está instituído que não pode tomar partido de assuntos filosóficos que possam por em causa o bom nome da sua instituição. Quando isto acontece, poder levar um grupo de pessoas deixe de confiar na instituição, pode colocar tudo em causa, todos em causa!

Eu penso sim! Eu ponderei sim! Sei que daqui a uns dias ainda estará fresco e virá à baila numa conversa que não precisaria de a ter como tópico. Mas alguém tomou partido de algo, esquecendo-se dos tais princípios!

Não me considero melhor que ninguém. Até porque 2/3 do que aprendi, do que quis aprender, da paixão que tenho por tudo, foi esse alguém que me transmitiu. Ele transpira, vive, sonha, ele é para mim a personificação do que é a... ups que ia saindo...

ou era, não sei! Também estou a entrar em modo tensão, que se revela com alguma raiva, medo, irracionalidade talvez!

Um passo atrás... já tentei ler "A arte da Guerra" mas a paro sempre! Dou passos atrás para ganhar balanço sim! Já o fiz muitas vezes...

Beijinhos e o resto de um bom domingo

Algures disse...

Se calhar, entendo melhor o que estás a dizer do que possas pensar. No meu dia-a-dia aplico o Direito, tento fazer justiça e apurar a verdade. Sou "obrigado" a julgar e, apesar de me considerar uma pessoa com bom senso e justa, nem sempre faço o que me manda a minha consciência. Por vezes, faço o que a sociedade quer e, acredita que pode magoar um pouco fazê-lo. Porém, apesar de tudo, defendo o meu pensamento e a minha forma de ver as coisas.
Sim, estamos numa sociedade cujos valores se vergam perante o poder financeiro, mas não te sei dizer qual a solução para a mudança.
Estás numa fase de mudança, num turbilhão de sentimentos, em que o racional se mistura com o emocional. Não deixes de ser a pessoa bonita que transmites ser. Defende as tuas convicções e a tua forma de ver as coisas, mas não te esqueças que esta é a sociedade em que vives e que, por muito que te custe, tens de te moldar a ela e aos princípios da comunidade em geral, mas nunca, nunca, abdicando de ser quem és e aquilo que defendes.

Beijinho grande*

bailarina disse...

Essa é melhor definição de todas.... turbilhão de sentimentos! Sinto-me numa máquina de lavar em centrifugação, existem alturas em que as rpm aumentam e fico com a sensação de falta de ar, logo o discernimento é pouco devido à falta de Oxigénio.

A tua área é complexa. Não me imagino nessa luta diária, por isso foi algo que nunca me atraiu seguir. Apenas sigo as séries e gosto da forma como conseguem utilizar a lei para fazer justiça. Eu sempre fui a "advogada do diabo". Quando um grupo está contra alguém, tento encontrar um erro nas acusações e baseio a minha argumentação nesse aspeto. Ver a outra posição, o porquê...
não o sabia fazer, mas devia era o mais perto de mediação. Algo super interessante!

Aqui neste assunto, sem puder ser explícita, não me irei fazer entender minimamente. Digamos que terei que fazer o que dizes... dar um passo atrás, ponderar, ver se compensa não continuar nesta atividade que me enche porque as pessoas não cumprem o que juraram realizar, os princípios fundamentais pelos quais devia ser a base de tudo. Um tudo construído por alguém fez este ano 150anos.

Vá quero saber quem colocou a máquina em sistema no stop... :)

Beijinho grande para ti também

Algures disse...

Bailarina,

Todos nós algures nos tornamos nesse turbilhão de sentimentos...
É uma área tão complexa quanto a tua. Tudo tem o seu quê de dificuldade, acredita. Sempre vi as coisas da mesma forma que tu, e tenho um pequeno "defeito" que é, estar sempre a torcer pelo mais fraco! Não é assim em tudo, nem é taxativo, mas de uma forma geral acho que sou assim. Estou no lado da acusação (mau da fita, ou será que sou o justiceiro?! It all depends on which side you are...), mas se entender que não há lugar à acusação, defendo tal posição. O Direito é bom senso, a partir daí, quem o tenha, está apto a aplicá-lo. Se calhar tinhas jeito para a mediação, who knows... :-)
Segue os teus sete princípios e o que te preenche. Apura se continuam a fazer sentido para ti, sendo que, podes fazer o bem sempre que quiseres. Faço-me entender?!
Queres saber quem colocou a máquina no stop? Tu... quem mais tem essa faculdade?! :-)

Beijinho grande e um bom início de semana!

bailarina disse...

É verdade sim... eu sei que sim, mas não queria ter essa consciência. Porque quando consigo respirar, sei que sou sou que me deixo chegar aqui. Viver tudo com tanta intensidade tanta paixão, faz-me ter neste momentos de paragem uma revolta. E se encontro defeitos em algo ou alguém, eles ganham proporções que não teriam se não tivesse tanto tempo para pensar neles.

Esse defeito que falas também tenho. E já coloquei a minha segurança em causa muitas vezes por isso. Assim de repente recordo-me de ter tido um aluno do secundário que andava a levar tareia à porta da escola e numa certa tarde decidi sair com ele. Foi rodeado por umas 50 pessoas, entre rapazes e raparigas, falo de pessoas entre 16/19 anos. Nenhum adulto foi lá, ninguém chamou a PSP. Os alunos da escola, quando me viram a defende-lo é que vieram em meu auxilio. Ai ficaram os outros rodeados e num silêncio muito ensurdecedor foi-lhes dito por uma meia leca de 1,60 que caso voltassem ali ou tocassem com um dedo em algum aluno daquela escola, havia de os encontrar mesmo no outro mundo. Esse miudo é filho de um esquizofrénico e de uma bipolar e ambos não tomavam medicação estavam a 400km e ele tinha acabado de chegar aquela cidade onde vivia com a avó de 80 e bons anos. Passado uns 6anos mantenho contato com ele. Está a acabar o mestrado.
Um segredo: se tivesse a bexiga cheia, das duas uma ou tinha que trocar de fralda ou de calças. Coloquei a minha segurança em causa.
Estranho certo?! Ora penso de mais ora avanço sem pensar.

Quanto ao Direito, é um bem necessário. Precisamos de regras, de quem as aplique.

Os princípios fazem todo o sentido para mim, algumas atitudes de pessoas à minha volta que se dizem seguidoras do mesmo é que não fazem. Hoje durante a formação de inglês a mãe de alguém morreu, eu fui... não pensei... fui... passado uma hora lembrei-me que ando à dois dias a dizer que quero ir embora dali. Aquilo faz parte de mim, o que fazer?! O que quero é fugir de alguém...

E concordo contigo! Quem colocou a máquina a trabalhar no máximo, em no stop fui eu...

Beijinhos e bom início de semana para ti também!